O Brasil ocupa uma posição de destaque entre os maiores produtores de alimentos do planeta e essa posição vem acompanhada cada vez mais em novas tecnologias e investimentos no setor. Um dos assuntos mais inovadores se trata do emprego de microrganismos como insumos biológicos capazes de desempenhar atividades benéficas e necessárias para o desenvolvimento das plantas. O emprego de algum microrganismo com esta finalidade é denominado de
INOCULANTE.
Dentre alguns microrganismos empregados como inoculante podemos citar as bactérias do gênero
Rizhobium ,
Azospirillum e
Bacillus pois estes atuam sobre o crescimento e promoção das plantas, ajudam no processo de germinação em sementes e/ou no favorecimento do desenvolvimento de plântulas e acabam atuando também no crescimento de plantas.
Estes inoculantes desempenham papel primordial no ciclo do fósforo no solo, sendo capazes de transformar o fósforo insolúvel em formas solúveis e acessíveis às plantas. A adição de inoculantes contendo esses microrganismos aceleram o processo de liberação na rizosfera do fósforo inorgânico ou orgânico não disponíveis e enriquecem o solo biologicamente . Outros benefícios são a solubilização de K, produção de fitormônios, enzimas, compostos sideróforos, garantem proteção contra outros agentes patógenos e por meio de mecanismos secundários, aumentam a absorção de outros nutrientes e água pelo estímulo ao sistema de raízes.
Raíz de milho sem inoculante esquerda) e com inoculante (direita)
FONTE:
https://revistapesquisa.fapesp.br/colaboracao-entre-planta-e-bacteria/
Dentre os microrganismos empregados como inoculantes, o gênero
Bacillus (compreende microrganismos [bacilos] Gram positivos, catalase positivos e que podem formar esporos) tem se destacado.
Tradicionalmente, a detecção e identificação do genêro
Bacillus é rotineiramente realizado do isolamento de meios muitas das vezes sem elementos seletivos (TSA por exemplo) e após o isolamento das colônias emprega-se uma série de provas bioquímicas para a identificação. Em muitos dos casos, o conjunto de tais provas torna-se dispendioso, encarece o processo e devido o tempo de positivação de tais provas, o processo de análise se torna mais longo.
Nesta publicação, apresentamos o meio cromogênico da marca Himedia: o HiCrome™ Bacillus Agar (código M1651)!
https://www.himedialabs.com/TD/m1651.pdf
Ao invés de partir do princípio do isolamento em meios tradicionais + realização de provas bioquímicas, este meio utiliza o princípio a metabolização, por reações enzimáticas específicas, sobre os substratos cromogênicos e o produto final desta metabolização resulta em um componente visível na forma de cores e/ou emissão de fluorescência sob um comprimento de onda (λ )específico. Organismos são identificados por meio de reações enzimáticas simples específicas de suas espécies, produzindo cores visualmente distintas.
Exemplo de mecanismo de funcionamento dos meios cromogênicos
O meio HiCrome™ Bacillus Agar contem peptona, extrato de carne (aceptores de nitrogênio e aminoácidos de cadeia longa, vitaminas e outros nutrientes essenciais. O manitol na composição atua como fonte de carbono e como carboidrato fermentável onde que é detectado pela presença do vermelho de fenol no meio.
Sendo um meio específico para o gênero
Bacillus o meio HiCrome™ Bacillus Agar torna-se uma excelente opção para o isolamento de B
acillus cereus em alimentos e produtos lácteos. Também é uma alternativa para o isolamento em amostras clínicas tais como pus, sangue, exudatos oculares.
Quando utilizado o meio HiCrome™ Bacillus Agar, as provas bioquímicas na maioria dos casos ficam desnecessárias pois as colorações resultantes são específicas na maioria dos casos para espécies específicas de
Bacillus conforme a tabela abaixo.
FICA A DICA!!!! #1
Para o isolamento seletivo de
Bacillus cereus e
Bacillus thuringiensis é recomendado a adição do suplemento FD324 (Bacillus Selective Supplement). O suplemento inibe o crescimento de outras cepas de
Bacillus (ex.
B. subtilis, B. coagulans, B. megaterium etc.) e torna o meio mais seletivo
B. cereus e
B. thuringiensis.
FICA A DICA!!!! #2
É possível realizar a diferenciação de
Bacillus cereus e
Bacillus thuringiensis no meio HiCrome™ Bacillus Agar.
B. cereus apresenta as bordas das colônias bem delimitadas e com o centro mais azulado e
B. thuringiensis apresenta as bordas das colônias irregulares.
B. cereus
B. thuringiensis
FONTES:
- Adriana M. Alippi, Data associated with the characterization and presumptive identification of Bacillus and related species isolated from honey samples by using HiCrome Bacillus agar, Data in Brief, Volume 25, 2019, 104206, ISSN 2352-3409, https://doi.org/10.1016/j.dib.2019.104206.
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